quarta-feira, 22 de maio de 2013

Premier League terá incremento bilionário com novos contratos de TV


Aumento no valor repassado aos clubes vem da renegociação de contratos existentes e entrada de um novo canal na televisão local, o BT Sports

A Premier League divulgou recentemente os valores distribuídos a seus 20 clubes no último ano do triênio de contratos existentes de direitos de transmissão nacional e mundial. O valor total, que já impressiona (são cerca de R$ 5,4 bilhões recebidos, com um valor inferior sendo distribuído), vai ser incrementado com a renegociação dos atuais compromissos e a entrada de um novo canal inglês na jogada.

Tendo nomes consagrados como Michael Owen e Rio Ferdinand entre seus comentaristas, a BT Sport, empresa de internet banda larga, entra na TV britânica para desbancar o comando da Sky Sports, parceira da Premier League desde o início do formato, em 1992. Por enquanto, o novo canal vai transmitir 38 jogos, incluindo 18 prioritários (tidos como os principais jogos das rodadas). A Sky tem direito a 116 partidas, uma a mais que o último contrato.

Pelo triênio, a BT Sport vai pagar 738 milhões de libras (R$ 2,26 bilhões), enquanto a Sky pagará 2,28 bilhões de libras (R$ 6,99 bilhões). Os direitos domésticos (BSky + BT Sports) renderão nos próximos três anos 3,08 bilhões de libras (R$ 9,45 bilhões), um aumento de 1,25 bilhão de libras em relação ao contrato antigo (Sky + ESPN).

O aumento não fica por aí. Ao renegociar com parceiros estrangeiros, a Premier League viu o valor de seu produto aumentar exponencialmente. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Fox Sports pagava 53,15 milhões de libras (R$ 163,1 milhões), mas perdeu o leilão para a NBC Sports, que vai passar todos os 380 jogos pelo preço de 166,1 milhões de libras (R$ 509,7 milhões). A nova casa da Premier League na América do Norte também vai usar ex-jogadores como comentaristas - Lee Dixon (Arsenal), Graeme Le Saux (Chelsea) e Gary Lineker (Tottenham e Everton) farão parte da equipe jornalística.

Com isso, o campeão dos próximos três anos pode receber cerca de 100 milhões de libras (R$ 306,8 milhões) em cada ano - o United, atual detentor do troféu, ficou com 60,8 milhões de libras (R$ 187,6 milhões). O lanterna deste ano, Queens Park Rangers, embolsou 39,7 milhões de libras (R$ 122,5 milhões), valor que pode aumentar para até 60,8 milhões de libras (R$ 187,6 mlhões) - mesmo valor recebido pelo campeão do último contrato.

DIVISÃO POR MÉRITO

A divisão do valor dos direitos de TV repassados aos clubes é feita de forma meritocrática. Metade do valor doméstico é dividido entre os clubes, um quarto é dividido de acordo com a posição do time na tabela final e os 25% restantes são distribuídos de acordo com o número de jogos de cada equipe que, de fato, passa na televisão (mínimo de 10 por temporada para cada integrante da Premier League).

O valor recebido por parcerias com emissoras estrangeiras é dividido igualmente entre os 20 clubes, sem nenhum tipo de discriminação.

OUTROS PAÍSES

A Espanha tem uma das divisões mais desiguais entre os principais campeonatos da Europa. Os clubes podem negociar de formas separadas. Logo, Real Madrid e Barcelona ficam muito na frente dos rivais. Cada um cobra cerca de 120 milhões de euros (R$ 315 milhões), enquanto o Valencia, que vem na terceira posição, ganha 44 milhões de euros (R$ 115 milhões).

O Campeonato Português sofreu um golpe nesta última temporada. A TV aberta, sem condições financeiras, deixou de transimitir os jogos, que passaram a ser passados apenas na TV por assinatura. A Sport TV garantiu os direitos até 2015/16, e assim como na Espanha, cada clube negocia seu montante. No entanto, existe uma lei de que Porto e Benfica sempre devem receber o mesmo valor: se um aumenta, o outro também automaticamente. Os números não são divulgados.

A Itália tem um modelo semelhante ao da Inglaterra, prezando a meritocracia. Dos quase 900 milhões de euros (R$ 2,3 bilhões), 40% são divididos igualmente, e o restante de acordo com o que cada clube fizer no torneio.

COM A PALAVRA

Amir Somoggi, especialista em marketing esportivo

Esse modelo de distribuição é muito interessante pois auxilia no fortalecimento da liga como um todo. É claro que Manchester United, Arsenal, Chelsea vão ter mais relevância global, mas a expectativa é que a diferença entre o que ganha o primeiro colocado e o vigésimo diminua cada vez mais.

Outro aspecto que chama a atenção é a meritocracia. Isso auxilia no equilíbrio e na igualdade dos clubes, mas o abismo continua porque os direitos de TV representam 70%, 80% da receita total de clubes menores e 30% ou 35% dos times maiores.

Não há muito mais que possa ser feito pela própria liga para diminuir esse abismo. Nos Estados Unidos, as ligas concentram outras partes das receitas dos clubes, mas na Inglaterra isso não acontece.

Por fim, o aumento nas receitas de TV só se torna possível pelo aumento da relevância global da liga como um todo. O produto passa a ser cada vez mais interessante para os mercados, que fazem um leilão entre si e aumentam o valor que é recebido pela Premier League e distribuído entre os clubes.

Fonte: LANCENET! 

Corinthians e Caixa: Justiça aceita recurso e libera contrato


Patrocínio do banco estatal ao clube estava suspenso havia quase três meses

Depois de quase três meses, o Corinthians voltará a receber o dinheiro do patrocínio da Caixa Econômica Federal. O Tribunal Regional Federal da Quarta Região aceitou nesta terça-feira o recurso apresentado pelo clube e pelo banco estatal, liberando o patrocínio mensal de 2,5 milhões de reais à equipe paulista. No final de fevereiro, o advogado Antônio Beiriz conseguiu que a Justiça suspendesse, através de uma liminar, a parceria entre o clube e o banco. A ação de Beiriz se baseava no fato de a Caixa ser uma instituição estatal - segundo ele, um banco público só deveria gastar dinheiro em publicidade com caráter educativo e informativo. Além do Corinthians, a Caixa já patrocinava outros clubes. Mesmo depois da ação judicial, o banco fechou um contrato com o Flamengo.

O relator do processo, Cândido Alfredo Silva Leal Júnior, manteve seu voto contrário ao patrocínio no julgamento desta terça. No entanto, o revisor Luís Alberto D’Azevedo Aurvalle e a desembargadora Vivian Joseti Pantaleão Caminha acompanharam o Ministério Público, que defende a legitimidade do contrato. Agora, os pagamentos referentes a março, abril e maio, que estavam suspensos, serão feitos ao clube, que até chegou a cogitar a hipótese de trocar de patrocinador. Mesmo com a indefinição, a camisa do Corinthians continuou exibindo o logotipo da Caixa. Em sua defesa, o banco alegou que precisaria competir com os bancos privados, como Bradesco, Santander e Itaú, todos com ações de marketing ligadas ao futebol profissional.

Fonte:  Negócios do Esporte - Veja
(Com agência Gazeta Press)

Grupo Pão de Açúcar anuncia que venderá o Audax


A informação é bastante desanimadora para o esporte brasileiro. O Grupo Pão de Açúcar planeja vender o clube de futebol Audax, que conta com uma equipe na primeira divisão nos campeonatos estaduais do Rio de Janeiro e de São Paulo. Desanimadora porque o clube é, sem dúvidas, um modelo de gestão para o futebol. Idealizado há 10 anos por Abílio Diniz, ex-controlador do Grupo Pão de Açúcar, em pouco tempo chegou à elite dos dois campeonatos estaduais que (ainda) são referência no futebol brasileiro. Oficialmente, a assessoria do Grupo Pão de Açúcar esclarece que a venda deve ocorrer porque “o ciclo de evolução do projeto está concluído e o Audax atingiu sua meta de chegar à elite de São Paulo e do Rio de Janeiro”.

Claro que merece ser respeitada, porque é a posição oficial do Grupo, mas o projeto nunca comunicou que o previsto era apenas chegar à elite desses campeonatos. O clube nasceu, ainda que não falasse claramente isso, para ser uma referência na administração do futebol aos demais clubes brasileiros, mostrar que o futebol é sustentável no nosso país, se gerido com competência e responsabilidade. E com um orçamento próximo a R$ 20 milhões anuais – um valor que não é estratosférico para os padrões atuais do futebol-, vinha conseguindo.

 Agora era o momento que todos que acompanhavam a trajetória esperavam: como será quando estiver na elite? Não será.

Chegar à primeira divisão do campeonato carioca e paulista foi importante, mas o Audax já é muito mais. O clube revelou jogadores de destaque que já chegaram até a seleção brasileira. Entre eles, o mais conhecido é Paulinho, volante do Corinthians, destaque nos últimos títulos conquistados pelo clube, do qual o Audax ainda mantém 50% dos direitos econômicos. Além disso, o centro de treinamento do clube em São Paulo é absolutamente estruturado para o desenvolvimento de seus atletas: possui alojamentos, departamentos de fisiologia, fisioterapia, departamento médico, salas de estudo e recreação, piscina aquecida, auditório e rouparia.

Todos os atletas das equipes de futebol são cuidados como seres humanos. A frase pode parecer piegas, mas o futebol é especialista em olhar para os seres humanos e enxergar apenas atletas ou, pior, meros jogadores. No Audax, eles têm assistência médica/odontológica, seguro de vida, aulas de inglês. Para os atletas da base, é oferecida ajuda de custo, vale-transporte e extremo cuidado com a formação escolar. O trabalho com as categorias de base é nitidamente o grande acerto e orgulho do Audax, presidido por Fernando Solleiro e que tem Thiago Scuro como seu competente gerente executivo. O clube também tinha José Carlos Brunoro em sua direção até o início de 2013, quando o profissional acertou sua ida para o Palmeiras.

A decisão do Grupo Pão de Açúcar, ao que parece, está muito mais ligada à disputa interna entre o grupo francês Casino (novo controlador da rede de supermercados) e Abílio Diniz, ainda presente na administração do Pão de Açúcar. Por ser mentor do projeto, Abilio tem relação afetuosa com o Audax. A venda do clube representará mais uma derrota do brasileiro para o grupo francês.

Mas a derrota maior é do esporte nacional e representa uma perda ainda maior para os brasileiros. Se ainda temos poucos exemplos de boa gestão no Brasil, no futebol ela é exceção. Perder o Audax é perder a referência que vinha sendo construída com calma, mas sem preguiça. Clubes de todo o Brasil, mesmo sem declarar, já se espelhavam na estrutura do Audax. As preocupações, após essa decisão do Pão de Açúcar, recaem sobre o Núcleo de Alto Rendimento Esportivo (NAR), um centro de excelência esportiva também gerido pelo Grupo, que oferece completa estrutura para atletas de alto rendimento.

O Audax, até por sua essência, nunca teve grande torcida, e ainda assim só fez crescer. Pois se não tinha, agora tem. O triste é que a torcida não é para que ganhe títulos, mas simplesmente para que não acabe.

 Fonte : Vinicius Lordello


Entrega de arena à Fifa adia aplicações Itaipava


A Itaipava anunciou na última segunda-feira um contrato de dez anos com a Itaipava Arena Pernambuco, estádio que receberá jogos da Copa das Confederações deste ano e da Copa do Mundo de 2014. Contudo, o aparato só estará realmente completo no segundo semestre deste ano.

Por ser sede da Copa das Confederações, o estádio de Pernambuco precisa ser entregue à Fifa. A entidade é patrocinada pela AB-Inbev, que terá exclusividade nas arenas do evento.

Antes de entregar o estádio, a Itaipava preencherá cerca de 30% ou 40% dos espaços internos para publicidade estática. O restante será aplicado apenas depois da Copa das Confederações.

O Grupo Petrópolis comprou por dez anos os naming rights do estádio. O contrato custará à empresa um total de R$ 100 milhões.

Além do nome, a companhia terá direito a 60% do espaço interno e todas as aplicações fora do estádio. O grupo pode explorar os locais com diferentes marcas.

O contrato ainda inclui distribuição exclusiva de produtos e a realização de dez eventos por ano. Dois deles são exclusivos do Grupo Petrópolis.

Fonte: GUILHERME COSTA Da Máquina do Esporte, em Recife (PE)

Ativação simples vira lição para Itaipava em arena


A Itaipava, cervejaria do Grupo Petrópolis, comprou os naming rights de dois dos estádios que serão usados na Copa das Confederações de 2013 e na Copa do Mundo do ano seguinte. As duas apresentações tiveram um intervalo superior a um mês. Nesse período, o principal aprendizado que a empresa teve foi montar um projeto simples para ações de ativação no interior do aparato.

“Nós recebemos uma proposta para fazer as caxirolas, por exemplo, mas preferimos optar por um modelo mais simples de ativação. Acho que esse foi o grande aprendizado”, explicou Douglas Costa, diretor de mercado do Grupo Petrópolis.

A companhia comprou os naming rights da Itaipava Arena Fonte Nova, inaugurada no início de abril, e da Itaipava Arena Pernambuco, cujo primeiro jogo será realizado nesta quarta-feira. Os dois contratos têm dez anos de duração, e o Grupo Petrópolis investirá R$ 100 milhões em cada.

Em Salvador, o estádio foi plataforma de lançamento para as caxirolas, instrumentos musicais criados pelo compositor Carlinhos Brown e encampados pelo governo federal como artefatos oficiais para a Copa do Mundo de 2014.

O compositor e os sócios esperavam vender 50 milhões dos chocalhos. No dia 29 de abril, porém, torcedores arremessaram as caxirolas no gramado durante um clássico entre Bahia e Vitória, realizado no estádio.

O primeiro jogo da Itaipava Arena Pernambuco será realizado nesta quarta-feira, num amistoso entre Náutico e Sporting Lisboa. A despeito do exemplo ruim de Salvador, a Itaipava deve distribuir brindes para o público que for ao estádio.

O trabalho sobre o nome também será diferente entre as duas arenas. “Aqui em Pernambuco estamos falando de um estádio novo, e lá a marca Fonte Nova já estava consolidada. São estratégias diferentes”, explicou Costa.

Fonte: GUILHERME COSTA Da Máquina do Esporte, em Recife (PE)

Flamengo recebe R$ 12,5 milhões com programa Sócio-Torcedor


Em dois meses, iniciativa ultrapassou os 22 mil adeptos

Clube ocupa a sétima posição entre os projetos deste tipo no Brasil

No Rio, rubro-negro lidera esse quesito

RIO - Em seus dois primeiros meses, o programa Sócio-Torcedor do Flamengo ultrapassou os 22 mil adeptos, alcançou a sétima posição entre os projetos do tipo mantidos por clubes brasileiros e assumiu a liderança entre os cariocas no segmento. De acordo com o Movimento Por Um Futebol Melhor, que reúne empresas parceiras do projeto, esses torcedores estão proporcionando receita de R$ 12,5 milhões ao rubro-negro.

Divulgados na terça-feira, os números ainda são tímidos diante da expectativa do clube feitas no dia de lançamento do programa, quando projetou mais de 200 mil sócios já no primeiro ano e receita de R$ 300 milhões. Ao anunciar a contratação do centroavante Marcelo Moreno, há duas semanas, o vice-presidente de futebol, Wallim Vasconcelos, afirmou que o reforço chegara graças à participação dos sócios-torcedores.

De acordo com o Movimento Por Um Futebol Melhor, o número total de associados de clubes subiu de 157,8 mil para 465,2 mil desde a criação do projeto, há quatro meses, o que significa uma injeção de R$ 50 milhões anuais nos clubes participantes.

Com R$ 16,1 milhões, o Cruzeiro foi o time que mais faturou no período. O segundo foi o Flamengo, com R$ 12,5 milhões. Depois, vieram São Paulo (R$ 8,4 milhões), Palmeiras (R$ 7,7 milhões), Atlético-MG (R$ 4,8 milhões), Fluminense (R$ 2,9 milhões), Corinthians (R$ 2,5 milhões), Botafogo (R$ 1,9 milhão), Ponte Preta (R$ 1,7 milhão) e Santos (R$ 1,5 milhão). O Vasco está com seu projeto em reformulação.

Em número de adeptos, os clubes do Rio ainda estão longe dos principais programas do tipo no país. Na liderança, está o Inter com 82.924 integrantes; o Grêmio tem 71.909; o Corinthians, 51.878; e o Cruzeiro, 27.775. Entre os clubes de menor torcida, o destaque é o Joinville, que disputa a Série B e tem 7.913.

Fonte: O Globo

Clubes fazem promoções para atrair sócios e projetam metas ambiciosas


Corinthians diminui metade da dívida dos inadimplentes para que voltem a pagar mensalidade, e São Paulo planeja chegar a 100 mil até o fim do ano

O início do Brasileirão vai servir também para os clubes tentarem ampliar seus quadros de sócio-torcedores. O Movimento Por Um Futebol Melhor, que conta com nove empresas de ramos variados e oferece descontos aos participantes, anunciou uma promoção no próximo fim de semana, quando será disputada a primeira rodada da competição. Quem se associar a qualquer um dos 25 clubes participantes até esta quarta-feira vai pagar até 50% mais barato em mais de 600 produtos no sábado e no domingo.

Para aproveitar o embalo, as diretorias também bolaram chamarizes aos torcedores. O Corinthians, por exemplo, iniciou uma ação para acabar com a inadimplência e, de quebra, aumentar o quadro. Quem estiver com mensalidades atrasadas terá metade da dívida anistiada pelo clube para que sua condição seja normalizada. A mesma condição foi oferecida pela Portuguesa.

As promoções são diversas. O Fluminense isenta os novos sócio-torcedores da taxa de matrícula, que representa uma mensalidade, enquanto que a Ponte Preta presenteia quem se cadastrar em seus planos com uma camisa de goleiro, que, segundo o presidente Marcio Della Volpe, é “sucesso de vendas”. No sábado e no domingo, produtos de higiene pessoal, alimentação e bebidas alcoólicas, entre outros, farão parte da lista dos descontos.

Projeto em alta

A boa adesão de torcedores elevou a meta de alguns clubes. É o caso, por exemplo, do Palmeiras, que teve um “boom” na boa campanha da fase de grupos da Libertadores e agora enfrenta o desafio de manter os números em alta após a eliminação.

- Nós contávamos com um quadro de 40 mil sócios até o fim do ano, mas conversando com alguns departamentos, podemos aumentar esse número para 50 mil - disse o presidente Paulo Nobre, em vídeo gravado pelo Movimento. Atualmente, o Verdão tem 23,8 mil sócio-torcedores.

Cinquenta mil também é a meta do Flamengo, que não tinha nenhum programa no início do ano. Mais ambicioso ainda é o plano de Juvenal Juvêncio. Um dos mais empolgados com o projeto, o presidente do São Paulo fala em 100 mil associados até dezembro: cinco vezes mais do que os atuais 20 mil.

No evento desta terça-feira pela manhã, chamou atenção a ausência do Vasco. O clube não aparece na lista de quem mais tem sócios, tampouco teve depoimentos gravados para o clipe exibido. Segundo Marcel Marcondes, diretor de conexões com o consumidor da Ambev, não há nenhum tipo de rompimento com a diretoria do Vasco, que está reestruturando seus programas de sócio-torcedores. Internamente, porém, há um descontentamento com a desorganização do clube.

Por outro lado, Cruzeiro, Flamengo, São Paulo e Atlético-MG são elogiados por seu engajamento. E os outros times do Rio de Janeiro também despertam otimismo.
- Acho que há uma geração de dirigentes capaz de mudarem a história do futebol carioca - disse Marcondes.

Os estabelecimentos que farão parte da promoção, chamada de “Super Final de Semana”, podem ser encontrados no site www.futebolmelhor.com.br.

Fonte: Por Alexandre Lozetti São Paulo

E se Flamengo e Corinthians fossem o Benfica?


A Ambev, empresa que mais e melhor investe no futebol brasileiro, às vezes peca pela euforia. No caso da Copa, exagera quando decide, com campanha publicitária na TV e tudo mais, que o evento será um grande sucesso. “Imagina a festa!”. No “Movimento por um Futebol Melhor”, exagera quando sugere que brasileiros irão tirar Messi do Barcelona porque terão mais sócios-torcedores.

No encontro entre executivos e jornalistas feito em São Paulo nesta terça-feira (21/05), a Ambev anunciou a ampliação do projeto – em resumo, sócios ganham descontos em produtos, clubes ganham por ter mais associados, e empresas ganham em vendas e imagem por apoiar o futebol.
A cervejaria, em vários momentos da coletiva de imprensa, abusou do velho e conhecido “e se?”.
A Ambev propõe pensar em dois cenários. O primeiro: e se todos os times tivessem o mesmo sucesso que o Internacional? E se, em uma hipótese ainda mais otimista, todos fossem o Benfica?
O Benfica tem, proporcionalmente, o maior quadro social do mundo. De toda a torcida, o time português conseguiu converter 4% em sócios-torcedores. No Brasil, quem tem o melhor aproveitamento neste aspecto é o Internacional de Porto Alegre, com 1,73% do total.
Começa aí um exercício de imaginação.
O Flamengo, dono da maior torcida do Brasil, tem um dos índices mais baixos. Só 0,06% é sócio. O Corinthians tem 0,20%. Todos os demais principais clubes do Brasil não têm mais do que 1%.
Nas contas da Ambev, o Flamengo poderia chegar a um faturamento de R$ 764 milhões se conseguisse o mesmo percentual que o Benfica. Ou R$ 330 milhões, se alcançasse o Internacional.
A matemática está correta, mas a projeção é pouquíssimo realista. Não que seja um absurdo pensar que a gestão dos clubes brasileiros possa ser tão ou mais eficiente que a do Benfica. Não é.
Mas sonhar com R$ 764 milhões apenas com sócios tem tanto efeito prático quanto planejar o que fazer com um prêmio de US$ 590,5 milhões,  aquele que o americano ganhou na loteria. Nenhum.

Não há, no mundo, equipes de primeira linha que ganhem mais com sócios do que com TV e patrocínios, por exemplo. Mesmo o Benfica, referência no assunto para a Ambev, não tira tanto dinheiro do quadro social como tira de emissoras e empresas. Em 2011/2012, foram € 17 milhões em publicidade e patrocínios, € 8,4 milhões com televisão e € 8,3 milhões de associados.
No Brasil, em 2012, o Internacional ganhou R$ 89 milhões com direitos de transmissão, R$ 25 milhões com patrocínios e R$ 45 milhões com sócios. Para que os gaúchos cheguem ao percentual do Benfica, 4%, eles teriam de dobrar a receita que têm com o quadro social.
Ainda em 2011, motivado pelo bom desempenho na área, o marketing do Inter lançou campanha para chegar aos 200 mil associados. “Se cada sócio trouxer mais um sócio”, dizia o clube, a meta seria batida. Como se vê no “torcedômetro” montado pela Ambev, a referência brasileira na área ainda precisa chegar aos 100 mil – por enquanto, são 82,9 mil.

Perguntei a Marcel Marcondes, diretor de negócios no esporte da cervejaria, se os números divulgados no encontro desta terça foram calculados mais para impressionar do que para confiar. “São factíveis”, respondeu. Mas o desejo da Ambev é bem mais realista: 1 milhão de sócios até o fim de 2013, na soma de todos os clubes participantes, e 3 milhões até 2015.
O mau de pensar em números tão extravagantes é que, ao tirar os pés do chão, perde-se um pouco do bom senso. Abre espaço para que apareçam comentários bobos sobre trazer Xavi, Iniesta e Messi, do Barcelona, para jogar no Brasil com o dinheiro que os clubes ganharão com associados. Coisa que o público adora.
Tão divertido – e tão ingênuo – quanto pensar em quantos sonhos realizados você teria, quantas pessoas você ajudaria, se ganhasse US$ 590,5 milhões na loteria americana. E se?

Fonte:  POR RODRIGO CAPELO | Época Négócios